Desculpe meus defeitos:
Eu não sei mais não ser eu.
Eu nem sei mais o que é perfeito
Quando estou com você.
É tão justificável te amar
E ao mesmo tempo tão sem cabimento,
Só não encontro em mim mesma
O meu próprio merecimento.
Será que é melhor então
Ver você em todas as coisas,
Ou tirar a conclusão
De que todas as coisas são você?
Não se engane comigo faceira
Não sou mais que plebéia esperta!
Pra um príncipe que esperei
Treinei ter minha vida aberta.
Dancei bem na minha mente,
Sorri bem na minha cabeça,
Servi bem nos meus devaneios,
Encantei bem nas minhas ilusões,
Beijei bem nos meus –e teus – sonhos.
Fiz bem de querer-te pra mim,
De te roubar a juventude,
De te roubar a maldade,
De ganhar teu coração,
De te dar toda força e guinada
Pra dar asas à paixão.
Mas que paixão é essa
Que agora me desola?
Pra que ficar sozinha quando me quer
E, por mais que coincidência,
Quero-te também, com força?
Que paixão é que desola?
Que paixão que não o faz?
Meu coração confuso
Está que não se satisfaz.
Quando, por alegria, vieste
Deixou-me um pedaço teu
Mas mandei pra sua viagem,
Pra que se acabe devagar,
O jóia que mais prezei,
A minha vida pra cuidar.
Mandei pra ti nada menos
Que meu coração com o amor meu.