Você me faz mal à saúde. Palpitações, tonturas, faltas de ar, nervosismo. Mini-enfartes, suor frio, espasmos, tiques, tudo. Aí a gente entra naquele tipo de conversa - o tipo que eu chamo de piripaque com letrinhas.
Você nunca é claro e eu sempre interrogo. Você nunca abaixa a guarda e eu sempre desmorono. Você sempre se mantém você e eu sou bipolar.
Você me ouve por horas falando sobre o que nem te interessa. Você tenta ser o que eu queria, o que eu sempre quis. E consegue. Mas eu não deixo eu mesma acreditar nisso.
Mas os sintomas indicam a doença. Resolvi acreditar depois das borboletas. Elas são o sinal de que a doença é terminal. Não há volta, não há tratamento, não há dúvida. Nem das dúvidas que você me dá vou duvidar mais. As borboletas me contam tudo, se debatendo e resmungando no meu estômago.
Passo a tarde ouvindo aquelas vozes docinhas cantando letras suaves, profundas e confusas. Me identifico, rio, choro, penso - BORBOLETAS!
To assim, meio cansada dessa confusão. Agora sou rápida no gatilho, imediata. O que tem pra ser resolvido deve ser na hora. Por isso joguei pra cima e vi o que acontecia.
To achando que agora vou ter que tomar um remédio diário para essa minha pequena doença.