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domingo, 19 de dezembro de 2010

Carta: Codinome Beija Flor.

18 de Dezembro de 2010.

Beija-flor,

Hoje estive pensando em coisas ruins. Isso não é bom de saber, eu imagino. Mas me surpreendi. Até hoje tudo que eu lembrava eram momentos bons, Beija-flor. Eu chorava por pensar que eles nunca iriam voltar.
Depois, o tempo foi passando, e eu chorava pelo que acontecia no presente, comparando com os momentos bons do passado.
Mas hoje, Beija-flor, me peguei lembrando do que eu senti no dia da quebra, do desatamento do laço. Foi ruim lembrar, pois me veio à mente tudo que eu havia sentido de mal, durante todo o tempo - o tempo que um beija-flor sabe que foi ótimo, mas passou rápido.
Depois de me sentir péssima por tais lembranças, decidi que não viveria mais no passado. Sei, Beija-flor, que um pássaro precisa voar. Se nasceu pássaro, você tem que usar suas asas. E isso eu já fui capaz de entender.
Eu acho que as coisas já estão bem. Nós já estamos bem.
Sei que hoje eu deveria estar onde você está. Eu DEVERIA. Mas minha ausência não vai fazer diferença. As pessoas que estão te rodeando são importantes demais. E é bom ser só mais alguém às vezes. Vou pensar em mim.
Não sei se você vai realmente ler isso. Talvez nem se lembre.
Usei a música de Cazuza, como um tributo. Seu codinome, usei Beija-flor.
Isso é uma carta. Deveria acabar com saudações. Mas não quero nenhum fim.

"Eu protegi teu nome por amor, em um codinome, Beija-flor."
                                                                                     - Codinome Beija-flor {Cazuza}


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