Eu posso fazer qualquer pessoa se apaixonar por mim. Posso mesmo. Posso hoje ser a menina doce, meiga, frágil, envergonhada, e posso ser amanhã a mulher forte, decidida, dominadora, misteriosa. Posso descobrir cada gosto, cada ponto fraco, cada reação de uma pessoa em pouco tempo. Posso ser a garota perfeita para o mais imperfeito (ou perfeito) dos homens na terra.
Mas assim como eu posso me adaptar para o bem de alguém, facilmente posso me adaptar para o mal. Alguém pode estar perdidamente emaranhado em minha teia de argumentos convincentes, e eu simplesmente posso cortá-la, fazendo essa pessoa cair e acordar rapidamente. Uma pessoa totalmente apaixonada por mim pode me odiar em poucos dias.
Podem me achar presunçosa por dizer esse tipo de coisa. Mas é o contrário. Esse meu controle sobre mim e sobre os outros só me traz problemas. Me afasta das pessoas. Eu sou sempre alguém diferente do que sinto, aliás, sou sempre alguém conveniente à situação. Penso demais para agir, e quando perco o controle não consigo recuperar o que eu fiz.
Mas me irrita a atitude de pessoas não tão importantes assim que acham que podem prever meu futuro, me definir e têm confiança e ego tão grandes que não enxergam que eu posso controlá-las quando e como eu quiser.
Minha vida tem sido isso desde sempre, e não é agora que eu vou me derreter toda por causa de algumas frases bonitas que parecem ter sido ensaiadas, ou tiradas de um site de mensagens.
Minha sensibilidade vai até o momento em que as coisas se tornam banais, repetitivas, comuns. Na verdade, só mostro para as pessoas o que eu quero que elas vejam. E eu não estou me importando com o que eu vou perder com isso, só com o que eu vou ganhar. Os que me são importantes, eu sei como manter.
“Precisa ser fria para ser rainha.” - B.
-Você pensa que eu sou fria, certo?
Quanto mais eu cresço, parece que menos eu entendo as coisas como elas são.