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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Alegria de Cego


Tão efêmero, tão carnal
Mais ilusão, que amor
Mais minha cabeça, que realidade
Mais nós, que eu.
A efemeridade que procurei pela vida
Pela beleza da flor espelhada no coração
Pela passagem da estação que leva consigo as memórias
De outrora, que foi verão, que foi calor, que foi claro.
Que foi, alegria?
Cadê a tua luz que passava?
Acho que agora ela fica, não percebo que ela está.
Por que então a dúvida? Por que então a morte?
Por que, devoção?
Meus sonhos em realidade parecem dissipados e sólidos,
Ao mesmo tempo todos os opostos em mim.
Tudo que se vai e tudo que se chega.
Não necessito de teu corpo
Mas quero-te pela manhã.
Necessito do teu amor,
Mas como seria ele se não em gestos?
Procurei por tanto tempo
Que encontrar me parece sem graça,
Mas pensar eu devo: é o que eu queria, é o que eu queria.
Entender? Ninguém será capaz...
Quem é que entende a alegria de um cego?
E a palavra que me falta pra explicar tudo isso
Só descobrirá quem entender,
Só entenderá quem sentir,
Só sentirá quem quiser.




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