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domingo, 24 de fevereiro de 2013

Esse é pra você entender.

Eu não sei porque faço isso. Eu só sei escrever sobre você, pensar em você, amar você. Mas quando eu me machuco com meu próprio egoísmo, eu magoo você.
Eu sei que você precisa de mim e que é totalmente inocente, mas mesmo assim fico possuída por um ciúme doentio que vai me matando por dentro e acaba me fazendo te matar também. Eu começo a me sentir sozinha, inútil, insuficiente. E que tipo de amor é esse? Você não é um enfeite de prateleira que eu posso pôr numa redoma de vidro e esconder do mundo.
O Pequeno Príncipe, por tanto amor à sua flor, tentou a proteger de tudo sem nem saber que ela mesma poderia se defender. E, no fim das contas, mesmo livre, a flor continuou a amar o Pequeno Príncipe como sempre.
Mas eu sou mesmo egoísta! Como eu posso amar tanto e desejar apenas coisas que são convenientes para mim? Eu daria mesmo minha vida por você? Será que eu teria o mínimo de coragem de abandonar meu ego pelo amor que eu sinto? Ou será que eu sinto tanto amor só para massagear meu ego? E, sendo assim, por que eu teria algum direito de exigir que você fizesse algum sacrifício por mim?
Eu ganho muito de você e retribuo da forma errada. Eu preciso muito mais de você do que você precisa de mim, e isso me ofende. E é assim que eu vou te machucando pouco a pouco, fazendo isso só para chamar atenção, arruinando sua bondade de relevar meus milhões de defeitos só pra ter um pouco desse meu amor venenoso.
Você, por agora, somente ignora minha frieza e sofre sozinha, sendo sempre doce e gentil pra fingir que nada está acontecendo. Você não me entende; e nem tem como, mesmo. Faz de conta que está tudo bem e me manda um beijo e um boa noite. Diz que me ama e chora sozinha por ter que arcar com seu próprio sofrimento mais o que eu te proporciono. E eu te somo dor ao invés de subtrair.
Não gosto de ferir corações bons, mas isso é só o que eu faço pra me manter viva. O amor não dói; amor de verdade cura. Mas eu, eu só venho pra machucar, ferir, desgastar, pisar, sugar. Eu não valho seu esforço de me amar, pois nem eu mesma me amo direito. Parece que meu eu já percebeu que não sou digna de nada.
Sua inocência uma hora vai dar um basta, vai cansar. Nessa hora você vai entender quantas voltas você deu em volta de mim e nem saiu do lugar. Então eu, nessa tentativa de segurar o fel dentro de mim e te ter presa e por perto, vou ter te afastado em uma tacada só.
Escrevo tudo isso de forma bem simples, desesperada e explícita (quase me arrisco à dar nome aos bois) que é pra você poder entender.



segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Só pra constar.

Já pensou se tudo que a gente fizesse separado a gente pudesse fazer junto?
Caminhar de casa até o trabalho, ouvir música, assistir seriados, fazer panquecas, fazer brigadeiro, andar de patins, chorar, dar muitas risadas, enfrentar o mundo,  fazer vestibular, tirar fotos, brincar com o  google tradutor, ler livros, caminhar do trabalho até em casa, comprar pão, fazer café, ter insônia, beber Toddynho (esse, na verdade, eu prefiro não dividir), sentir saudade, fazer danças estranhas, decorar letras de música, aprender coisas, arrumar o cabelo, escolher uma roupa, dormir, devanear, tomar chuva, lidar com gente difícil, ver gente engraçada no ônibus, aprender coreografias, chorar ao assistir Titanic, sair, continuar, sorrir, viver, estar.
Eu imagino como minha vida seria escandalosamente feliz.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Tempos

Eu tenho aquele meu tudo aquilo que é tudo que me faz chorar. Fica tudo bem guardado e escondido, bem longe do alcance humano, sendo o humano próximo ou não. Minha fragilidade nunca está em exposição e nem prateleirada. Mas de tempos em tempos ela tem vontade de ser livre e vai tentando escapar de pouquinho, tomando conta de mim conforme o dia vai cedendo à noite e conforme eu vou cedendo à ela.
Quando me dou conta já estou com aquele engasgo, aquela mágoa e aquela solidão. Minha memória se torna elefântica de uma hora pra outra, trazendo a tona meu Limbo. Sinto-me como fechada entre quatro paredes sem nenhuma janela e mais sozinha do que nunca. Cada vez que isso acontece é pior que a anterior pois há mais desses pesos acumulados.
Eu só queria fugir, queria que você vivesse só pra me amar e que amasse só a mim, queria me entender... Ah, me entender! Não sei mais nada, tem dias que nem mesmo consigo me lembrar se ainda gosto de mim. Tudo que eu quero é me sentir preenchida, mas parece que cada vez mais me tiram o recheio.  Eu queria ser tantas coisas, fazer tantas coisas e não tenho coragem de nem mesmo admitir que queria fazê-las. Afinal, por que as coisas são tão difíceis? Será mesmo que sou eu que as complico ou o curso do mundo simplesmente é injusto?
É tão difícil seguir vivendo sem objetivo e sem perspectiva. Tudo parece estar razoável e certo, mas nada está feliz. Tudo é cinza, sem graça, raso. Tudo é vazio e dentro de mim está tudo cheio até demais, prestes a transbordar.
Eu simplesmente não me encaixo ao mundo que vivo, ao frenesi que cerca as pessoas felizes. Eu fico a assistir repetidas cenas clichês de abraços, beijos e sorrisos e todos me aconselham a buscar aquilo que vejo. Mas eu não quero, eu fujo, eu desvio daquilo porque eu sei que aquilo não serve pra mim.
Eu preciso de você e eu conversando até tarde e rindo de coisas que não tem a mínima graça. Eu preciso que o mundo pare de querer entender o que eu sinto e aceite qualquer forma de amor, eu preciso de menos julgamento e mais coração aberto. Eu preciso de caminhos pra sonhos e não de padrões de vida mundana. Eu preciso de esperança de que tudo vai dar certo e, mais do que tudo, preciso de apoio.
De tempos em tempos eu odeio tudo o que tenho e tudo que me atrapalha. E esses tempos estão, na verdade, sempre dentro de mim, mas eu os seguro pra poder estar de pé pra você.