Quando me dou conta já estou com aquele engasgo, aquela mágoa e aquela solidão. Minha memória se torna elefântica de uma hora pra outra, trazendo a tona meu Limbo. Sinto-me como fechada entre quatro paredes sem nenhuma janela e mais sozinha do que nunca. Cada vez que isso acontece é pior que a anterior pois há mais desses pesos acumulados.
Eu só queria fugir, queria que você vivesse só pra me amar e que amasse só a mim, queria me entender... Ah, me entender! Não sei mais nada, tem dias que nem mesmo consigo me lembrar se ainda gosto de mim. Tudo que eu quero é me sentir preenchida, mas parece que cada vez mais me tiram o recheio. Eu queria ser tantas coisas, fazer tantas coisas e não tenho coragem de nem mesmo admitir que queria fazê-las. Afinal, por que as coisas são tão difíceis? Será mesmo que sou eu que as complico ou o curso do mundo simplesmente é injusto?
É tão difícil seguir vivendo sem objetivo e sem perspectiva. Tudo parece estar razoável e certo, mas nada está feliz. Tudo é cinza, sem graça, raso. Tudo é vazio e dentro de mim está tudo cheio até demais, prestes a transbordar.
Eu simplesmente não me encaixo ao mundo que vivo, ao frenesi que cerca as pessoas felizes. Eu fico a assistir repetidas cenas clichês de abraços, beijos e sorrisos e todos me aconselham a buscar aquilo que vejo. Mas eu não quero, eu fujo, eu desvio daquilo porque eu sei que aquilo não serve pra mim.
Eu preciso de você e eu conversando até tarde e rindo de coisas que não tem a mínima graça. Eu preciso que o mundo pare de querer entender o que eu sinto e aceite qualquer forma de amor, eu preciso de menos julgamento e mais coração aberto. Eu preciso de caminhos pra sonhos e não de padrões de vida mundana. Eu preciso de esperança de que tudo vai dar certo e, mais do que tudo, preciso de apoio.
De tempos em tempos eu odeio tudo o que tenho e tudo que me atrapalha. E esses tempos estão, na verdade, sempre dentro de mim, mas eu os seguro pra poder estar de pé pra você.
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