Eu comecei a agir friamente pra não me envolver mais, pra que você pudesse se acostumar com a minha ausência e não se sentisse mal por mim. Pareceu fácil e natural falar com você como se você não fosse nada mais do que uma pessoa estranha, mas por dentro eu sentia punhaladas fortes. É, eu sangrava por dentro.
Eu podia sentir um sangue gelado correndo pelas minhas veias excessivamente e meu coração batia lentamente, porém a pulsação tinha uma força que machucava, assim como seu sorriso triste de despedida.
Eu lembrei de tudo que te fazia sorrir e de como eu era responsável por metade dessas coisas. Me lembrei o quanto eu era egoísta. Então me conformei. Eu sou doente. Não mereço você. Não tenho limites, entende? Amo demais, sufoco demais. E mudo muito de ideia, como se você fosse mais uma de minhas marionetes. Mas você não é, não dessa vez. Você é mais do que tudo que já se foi, mais do que eu um dia ousei sonhar.
Eu não tenho controle sobre o que está acontecendo, eu sinto medo e eu sei que ninguém poderá me compreender. Eu não durmo, eu não como, eu não vivo. Eu me perco em pensamentos que me perfuram.
E você? Ainda acredita que eu seja como antes? Eu sou deformada, meu bem. Sou um monstro adormecido em pele de cordeiro.
E o que era tanto amor está se transformando em obsessão, está me fazendo virar algo entre uma maníaca e uma psicopata. Sou falsa, minto, dissimulo, me desvio e despejo tudo que é real em você depois. Vivo por viver, porque sei que se eu morrer até as mais vagas esperanças somem.
Não espero que me entenda. Mas espero que me espere. Tenha certeza que sofro muito mais que você no momento e já me arrependi de ter lhe pedido pra esperar.
Quando eu voltar pra você, não estarei nem um pouco mais entendida sobre mim mesma. É bem possível que eu esteja mais confusa, mais gelada e mais triste. Mas eu saberei que pelo menos eu tentei. E espero também que aceite meu amor doentio, nem que seja por dó ou piedade.
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