"Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?"

Olá, pessoas.

Tem coisas na nossa vida que a gente não entende. Eu, por exemplo, não sei se por romantismo ou pela necessidade de um virginiano de planejar cada passo seu, sempre tive o costume de idealizar momentos importantes da minha vida. Era aquela coisa, de perder meu tempo pensando até no cheiro que eu iria sentir, o gosto, a paisagem. Eu pensava que eu só ficaria feliz se as coisas acontecessem exatamente da forma que eu imaginei, se não, não teria graça, não me satisfaria. E por isso, já desistia rápido da minha utopia, pois não acreditava realmente que aquilo iria acontecer. Então me convencia de que eu nunca ficaria feliz o bastante.
Até que um dia me deparei com o imprevisível. Eu não controlava, eu não imaginava. Eu vivia. Se aquilo me irritou? Sim, profundamente. Ás vezes até sinto um pouco de irritação de novo, mas muito mais suave. Mas eu descobri que vivendo é tudo muito mais mágico, mais colorido, mais REAL. O imprevisível usou as palavras que eu não tinha imaginado para dizer o que eu sempre quis. Usou os olhares, as formas de dizer, os gestos e tudo o que me fazia feliz, de um jeito que eu nunca tinha pensado. De um jeito que me surpreendia entre cada respiração minha. O imprevisível foi, e é, pra mim o que eu nunca havia cogitado que alguém pudesse ser. Meu porto-seguro, minha vontade de acordar e dizer "mais um belo dia!", quando tudo parece me colocar pra baixo. O imprevisível me fez sentir coisas que eu não acreditava que existia. Me fez perceber que sentir o cansaço naquela noite, foi melhor que a disposição de um dia ensolarado. Ou sentir o cheiro de sal e ouvir o barulho do mar, foi muito melhor que o perfume das flores e o silêncio profundo. E o que me deixa mais feliz é que, com o imprevisível, eu vivo mais. Eu aproveito mais cada momento, cada minuto, sem pensar o tempo todo no depois. E eu sinto com ele o que eu nunca senti com ninguém.

Obrigada por me fazer imprevisivelmente feliz.


"E quem irá dizer que não existe razão..."