Certamente foi um estranho fim de semana. Se um dia, em minha história eu fosse descrevê-lo com um sentimento, seria a angústia. Um sábado de cansaço, seguido de raiva, saudade e angústia, e fechando com chave de ouro, com decepção. Um domingo confuso e frustrado, mas de certa forma tranquilo. A angústia só veio me perturbar à noite. Antes de ir dormir, olhei a cidade banhada pelo breu. Pela minha janela só via luzes, prédios, gente acordada esquecendo que no dia seguinte levantariam da cama e enfrentariam mais um dia de vida normal, fosse ela qual fosse. Enquanto apreciava a paisagem urbana e sentia a brisa no meu rosto, coloquei os fones de ouvido e escolhi uma música que me fez sentir uma estranha esperança. Aquilo me consumiu. Comecei a pensar sobre tudo que me aconteceu em tão pouco tempo. Lembrei do "eu" que eu era antes de tudo. Pura, inocente, sonhadora. E pensar que me achava madura. Talvez fosse mais forte, e não chorasse por coisas que hoje me abalam facilmente, pois fui vencida pelo cansaço. Mas madura, certamente eu não era. Me senti enganada. Deixei que me roubassem essa inocência, essa magia, e por quê? Por quê? Para eu ver como era o mundo? Para eu me sentir como me sinto agora, sem esperança, sem sonhos? Que vantagem tem então abrir os olhos? Eu sou muito mais Renato Russo nesse sentido. Dizia ele: "Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo prefiro acreditar num mundo do meu jeito". Decidi, então que iria voltar a ser alguém feliz, e não o alguém que eu havia sendo por tanto tempo. Decidi que queria ser uma nova pessoa, não a de antes e nem a de agora, mas a mistura da melhor parte das duas. E decidi que ia me empenhar nisso, pois bons tempos virão.
"Tenho tido muita coisa, menos a felicidade
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